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sexta-feira, 19 de junho de 2009

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DE ALTA VOLTAGEM NO LINFEDEMA PÓS-MASTECTOMIA

Resumo
Contextualização: O câncer de mama constitui a primeira causa de morte entre as mulheres. Após tratamento cirúrgico (mastectomia) podem ocorrer algumas complicações, dentre elas o linfedema no membro homolateral à cirurgia. Objetivo: Analisar os efeitos da corrente de alta voltagem (CAV) no linfedema de membro superior em mulheres submetidas à mastectomia. Método: Foram selecionadas 15 voluntárias com idade entre 40 e 65 anos (51,13 ± 9,08) com mastectomia unilateral e apresentando como principal seqüela póscirúrgica o linfedema secundário. O protocolo de tratamento constituiu da aplicação de CAV por 20 minutos, no membro afetado, durante 7 semanas, totalizando 14 sessões. A evolução do tratamento foi analisada pela perimetria (em seis pontos distintos: A, B, C, D, E, F) e pela volumetria pré e pós-tratamento, além da análise de severidade do linfedema. Resultados: Os resultados da perimetria do membro afetado [ponto A (20,33 cm ± 1,59 e 18,90 cm ± 1,48), ponto B (23,80 cm ± 1,64 e 22,30 ± 1,69), ponto C (26,13 cm ± 3,79 e 26,50 ± 3,45), ponto D (29,63 cm ± 3,76 e 27,93 ± 3,35), ponto E (32,90 cm ± 5,11 e 30,90 cm ± 4,54), ponto F (34,27 cm ± 5,28 e 32,17 cm ± 4,96)] e da volumetria (2,18 L ± 0,96 e 1,99 L ± 0,88) foram significativos (p <>

Introdução
A necessidade de considerar o câncer um problema de saúde pública de dimensões nacionais leva à formulação e à implementação progressiva de ações como programas orientados ao controle do câncer, que incluem melhoria e expansão da assistência médico-hospitalar e atividades de detecção precoce.1
No Brasil, o câncer de mama é a principal causa de morte por neoplasia entre as mulheres. Em 2000, foram registradas 8.390 mortes em decorrência desse tipo de câncer.2
Apesar de apresentar características que permitem sua detecção em estado inicial, propiciando tratamento conservador (não mutilante) e recuperando as pacientes para uma vida digna, temos ainda 70% dos casos de câncer de mama diagnosticados tardiamente, dificultando a cura definitiva.3
Os tratamentos para o câncer de mama são cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Embora haja outros tratamentos, a cirurgia ainda é o processo mais utilizado para prevenir sua disseminação.4
Uma das complicações que podem ocorrer em mulheres que se submetem à mastectomia é o linfedema (edema crônico), resultante do acúmulo de fluido rico em proteínas no interstício, em decorrência da dissecção dos linfonodos axilares e conseqüente deficiência do sistema linfático.5
Estima-se que de 15% a 20% das mulheres tratadas de carcinoma mamário apresentam linfedema e precisam enfrentar os desconfortos produzidos, como a diminuição da capacidade motora do membro edemaciado.6 Trata-se, portanto, de uma das principais intercorrências do tratamento cirúrgico e/ou radioterápico, resultando em desconforto e dores, prejudicando funções (diminuição da amplitude de movimento – ADM) e deformando o membro com o aumento do volume.7,8
A presença do linfedema pós-mastectomia ocasiona tensionamento da pele, risco maior de rachaduras, suscetibilidade a infecções, alterações sensitivas, linfoangiosarcoma e problemas com a imagem corporal e a aceitabilidade social.9,10
A qualidade de vida das pacientes após a cirurgia é de fundamental importância. Estudos demonstram que as mulheres que desenvolvem linfedema apresentam alterações psicológicas, sociais, sexuais e funcionais importantes quando comparadas às mulheres submetidas ao tratamento para câncer de mama mas que não desenvolvem linfedema.10,11
Assim, é de fundamental importância buscar alternativas para o controle/minimização do linfedema. Nesse sentido, a estimulação elétrica vem sendo utilizada na prática clínica como uma das alternativas para a redução do edema, além de fortalecimento muscular, analgesia e cicatrização de feridas.12, 13
A corrente de alta voltagem (CAV) é uma forma de onda monofásica de pico duplo com duração fixa na faixa de microssegundos, até 200 µs, e tensão superior a 100 volts.14
A corrente passa através da pele com efeitos térmicos e eletroquímicos desprezíveis e a maior densidade de corrente fica disponível para os tecidos-alvo.15
Em 1988, Reed16 propôs que a CAV afetaria a formação de edema por reduzir a permeabilidade na microcirculação, atribuindo esse efeito à diminuição do tamanho dos poros capilares, que restringiria o movimento de proteínas para
o espaço intersticial. Nos estudos de Taylor et al.,17 a corrente pulsada de alta voltagem foi eficaz, reduzindo a saída de proteínas para o interstício. A estimulação elétrica produz os mesmos efeitos que a contração muscular normal voluntária em relação ao aumento temporário do metabolismo muscular, por meio do aumento na liberação de dióxido de carbono, ácido lático e outros metabólitos, bem como pela melhora do fluxo sanguíneo. O fluxo intramuscular aumenta como conseqüência da contração e relaxamento muscular regular, ação de bombeamento, esse efeito é utilizado terapeuticamente para controlar o edema nos membros, pois aumenta os fluxos venoso e linfático.18,19
Esses efeitos de aumento temporário no metabolismo muscular são determinados pela polaridade, em que o eletrodo positivo estimula o crescimento de novos capilares e o negativo atrai fibroblastos e aumenta o fluxo sanguíneo.20
Portanto, um bom desempenho muscular é importante para que ocorra a melhora da circulação sanguínea, pois o incremento circulatório obtido a partir da melhora da capilarização permite rápida remoção das toxinas e melhor aporte de oxigênio.21
Com a aplicação da estimulação de alta voltagem em diferentes freqüências, Balogun et al.22 verificaram aumento na força muscular e Tracy et al.23 observaram aumento de fluxo sanguíneo na freqüência de 50 pps.
A necessidade de um profundo entendimento dos mecanismos que desencadeiam o linfedema pós-mastectomia e de uma abordagem fisioterapêutica eficaz conduziram a este trabalho, que tem o intuito de avaliar os efeitos da aplicação de estimulação elétrica de alta voltagem em linfedemas.


AUTORES: Garcia, L. B.1 e Guirro, E. C. O.2
1Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil
2Programa de Pós-graduação em Fisioterapia FACIS, UNIMEP, Piracicaba, SP, Brasil
Rev. bras. fisioter. Vol. 9, No. 2 (2005), 243-248 ©Revista Brasileira de Fisioterapia
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