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segunda-feira, 15 de junho de 2009

PELE NEGRA

A COR DA PELE SOB O PONTO DE VISTA DERMATOLÓGICO
O determinismo genético da pigmentação cutânea não é bem conhecido. Combinações alélicas de genes específicos dão origem a cores que variam do extremo “preta” ao extremo “branca”, passando por tons intermediários. Como não há consenso internacional quanto ao que é “pele negra” (por exemplo, conceitualmente, um indivíduo negro nos Estados Unidos pode ser considerado branco no Brasil), é difícil definir o que é e qual grupo populacional tem “pele de cor”.
Para tentar uma uniformização, a dermatologia utiliza sistemas de classificação para a cor da pele, mas nenhum pode ser padronizado para a “pele de cor”. O mais usado é o de Fitzpatrick, que define o fototipo. Esse sistema de classificação foi desenvolvido para categorizar a pele branca; toda pele escura foi classificada inicialmente como fototipo V. Mas, como a pele escura abrange várias gradações de cores, subseqüentemente, foi dividida nos fototipos IV, V e VI, que raramente ou nunca queimam pelo sol e bronzeiam facilmente. Entretanto, esse sistema nunca pretendeu definir a etnicidade. Ele foi desenvolvido para definir a resposta de tipos diferentes de pele à luz ultravioleta solar, através de queimadura ou de bronzeamento. Um sistema de classificação baseado na propensão da pele a se tornar hiperpigmentada por estímulo inflamatório e sustentar essa hiperpigmentação por período prolongado pode ser de valor, já que essa característica é exclusiva da pele pigmentada.
PARTICULARIDADES ESTRUTURAIS, BIOLÓGICAS E FUNCIONAIS DA PELE NEGRA
Epiderme
A quantidade de melanina na epiderme é maior nos indivíduos negros,
sem diferenças no número de melanócitos. Aquela se deve a variações no número, tamanho e agregação de melanossomas nos melanócitos e nos queratinócitos. Pele negra tem melanossomas grandes, não-agregados, com número aumentado na camada basal e distribuídos por todas as camadas da epiderme. Pele branca tem melanossomas pequenos e agregados, alguns nas camadas basal e malpighiana, estando ausentes nas camadas superiores da epiderme.
O conteúdo de melanina confere, naturalmente, fator de proteção solar (FPS) de 13,4 à pele preta, sendo a camada malpighiana o principal local de filtração da radiação ultravioleta; nos brancos é a camada córnea.
O extrato córneo na pele negra contém mais camadas de células do que na pele branca, porém a espessura é igual em ambas, mostrando que é mais compacto na negra, provavelmente por maior coesão intercelular.
Não há consenso sobre as diferenças entre as raças na função de barreira exercida pela pele. Um estudo sugere diferenças na vulnerabilidade do extrato córneo associada à dinâmica das ceramidas: o extrato córneo da pele negra possui menos lipídeos, cujos níveis se correlacionam inversamente com a perda transepidérmica de água, maior em negros do que em brancos, e diretamente com o conteúdo de água, menor em negros. Inversamente, a exposição a irritantes tópicos (coaltar) mostrou maior vulnerabilidade do extrato córneo na pele branca, a qual desenvolve papulopústulas inflamatórias e desintegração folicular, enquanto a pele negra desenvolve hiperqueratose.

Derme
Não há diferença na espessura da derme entre negros e brancos, mas parece haver em alguns aspectos celulares.
Os fibroblastos da pele negra são maiores, bi ou multinucleados, em maior número e hiperativos, o que, combinado à diminuição da atividade da colagenase, pode originar a formação de quelóide, de incidência maior em negros. Os feixes de fibras colágenas são menores e dispostos mais paralelamente à epiderme, notando-se muitas fibrilas colágenas e fragmentos de glicoproteínas no interstício dérmico.1 Os macrófagos são maiores e mais numerosos, não havendo diferenças de origem racial nos mastócitos.

Glândulas anexas
Os poucos estudos existentes quanto às diferenças entre as raças relativas às glândulas anexas da pele são contraditórios.
Sugere-se que: não há diferença no número de glândulas sudoríparas écrinas, embora se verifique mais sudorese em brancos; as glândulas sudoríparas apócrinas são maiores, mais númerosas e produzem maior quantidade de secreção na pele negra; há maior número de glândulas sudoríparas apócrino-écrinas na pele facial de mulheres negras; não há diferença no número de glândulas sebáceas, mas essas são maiores e produzem maior quantidade de sebo na pele negra.

Folículos pilosos
A densidade de cabelos e o número total de folículos terminais nos indivíduos negros são menores em comparação aos indivíduos de pele branca, mas as fibras possuem elementos estruturais e químicos comuns; há diferenças na aparência, na geometria, nas propriedades mecânicas e no conteúdo de água.

O denominado “cabelo encarapinhado” tem aparência crespa, irregularidades no diâmetro ao longo da haste e secção transversal elíptica. Os folículos pilosos são curvados, em forma de espiral. O estudo ultra-estrutural revela poucas fibras elásticas ancorantes para a derme nos folículos pilosos, o que pode ter implicação na gênese de certas alopecias. O conteúdo de água e a resistência tênsil são menores, e por isso quebram facilmente, formam nós e fissuras longitudinais, sendo difíceis de pentear. São mais pigmentados, os grânulos de melanina são maiores, e, apesar de apresentarem o mesmo tipo de queratina, possuem diferenças na composição dos aminoácidos, com deficiência de serina e treonina, e excesso de tirosina, fenilalanina e amônia.

Trechos retirados do artigo científico DERMATOLOGIA NA PELE NEGRA
Dermatol. 2008;83(1):7-20. An Bras Dermatol.2008;83(1):7-20. Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 21.01.2008.
AUTORIA:
MAURICIO MOTA DE AVELAR ALCHORNE Professor titular do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM) – São Paulo (SP), Brasil.
MARILDA APARECIDA MILANEZ MORGADO DE ABREU Pós-graduanda do Programa de Dermatologia Clínica e Cirúrgica – Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp /EPM), São Paulo (SP), Brasil; Chefe do Serviço de Dermatologia – Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) – Presidente Prudente (SP), Brasil.
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Um comentário:

Thaís disse...

Paula Parabéns pelo blog, está muito bem escrito! Queria que me mandasse esse artigo sobre estrias, se tiver outros e se puder me mandar tmabém... Preciso com uma certa urgência para monografia. Obrigada! email: thaiisiinh@yahoo.com.br