Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA), agência norte americana reguladora de medicamentos e alimentos, estabeleceu novas regras para rótulos de filtros solares. Expressões como "bloqueador solar" e "à prova d'água" não poderão mais ser usadas. Para entender o motivo dessas mudanças, que, segundo os entrevistados, devem chegar ao Brasil ainda em 2011, o Minha Vida conversou com especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB).
Afinal, filtros solares realmente têm a capacidade de bloquear todos os efeitos do sol? Eles permanecem no corpo mesmo em contato com a água? Quanto maior o fator de proteção solar (FPS), mais duradouros os seus efeitos? Descubra!
FPS mínimo
O FPS de um filtro solar serve de parâmetro para avaliar a capacidade de proteção que ele oferece contra os raios UVB, que são mais superficiais que os raios UVA e causadores de câncer, vermelhidão e queimaduras. Até o momento, especialistas não entraram em consenso sobre como calcular a eficácia do produto contra a radiação UVA.
Por esse motivo, a dermatologista especializada em câncer de pele Márcia Purccelli, do Hospital Albert Einstein e membro efetivo da SBD, afirma que "nenhum filtro solar oferece 100% de proteção". Assim, fica fácil entender porque o termo "bloqueador solar" não faz sentido, já que não há um bloqueio total dos raios solares.
Mesmo assim, para que haja um efeito mínimo, porém significativo, o FPS de um filtro solar deve ser de pelo menos 15. "Aqueles com FPS 2, 4 e 8 não apresentam qualquer barreira às radiações solares", completa a dermatologista.
FPS máximo
Segundo o dermatologista David Azulay, presidente da Regional do Rio de Janeiro da SBD, filtros solares com FPS acima de 50 já não apresentam evoluções significativas. Ao comprar um produto com FPS 60, 80 ou até 100, o consumidor paga mais, mas nem por isso obtém melhores resultados.
Além disso, o dermatologista acredita que protetores com FPS elevado sugerem a algumas pessoas a possibilidade de poder passar pouco produto ou ainda de não ser necessária sua reaplicação. "A efetividade de um protetor com FPS 30, por exemplo, costuma ser 25% menor pelo fato de as pessoas espalharem demais uma quantidade insuficiente do produto", explica.
À prova de água e suor
Quando dizemos que algo é à prova de alguma coisa, damos a ideia de durabilidade infinita, o que não é o caso do filtro solar em contato com a água ou o suor. Márcia explica que produtos com alguma capacidade de fixação na água deverão receber a nomenclatura "resistente à água" e deverão indicar o período de tempo de resistência a essa exposição.
Enquanto as mudanças não são feitas, a dermatologista sugere que aqueles que ficam muito tempo no mar quando vão à praia ou passam o dia na piscina optem por filtros solares infantis, que tem melhor fixação e maior resistência à água. Na falta destes, prefira qualquer protetor cremoso. As opções em gel ou do tipo oil free são as que saem com mais facilidade.
Protetor aerossol
Muitas pessoas optam por usar protetor do tipo aerossol pela praticidade e rapidez que oferece. Ele também é da preferência de muitos pais que têm dificuldade em manter os filhos quietos por muito tempo. Mas quais as consequências do produto que inevitavelmente é inalado?
Para a dermatologista Márcia, ele não causa nenhum malefício além dos já tão debatidos acerca de desodorantes aerossóis. A recomendação geral, entretanto, é que os consumidores fechem as narinas para evitar a entrada do produto no sistema respiratório.
O que realmente se sabe é que esse tipo de protetor é mais difícil de espalhar uniformemente pelo corpo, deixando algumas áreas menos protegidas.
Qual usar?
Como a população brasileira é, em geral, miscigenada, um protetor de FPS 15 pra o dia a dia dá conta do recado. No caso de um passeio de lazer no parque ou uma caminhada ao ar livre, o ideal é utilizar um de FPS 30. Entretanto, pessoas com pele, cabelos ou olhos claros, devem usar filtros com fator de proteção acima da média.
David ainda aconselha que pessoas com problemas de acne optem pelos protetores oil free, ou pelos que têm menos óleo, e aqueles que praticam esportes, pelos cremosos, pois eles tendem a se fixar durante mais tempo na pele.
Quando e como usar
"Antes de qualquer coisa, é preciso que as pessoas tenham consciência de que o protetor solar não é um passaporte para ir tomar sol", explica o dermatologista David. Ele deve ser usado diariamente, até mesmo em dias nublados. Não é porque a luminosidade está reduzida que as pessoas não estão expostas aos raios UVA e UVB.
Márcia ainda completa dizendo que o fato de uma pessoa passar a maior parte do tempo dentro de um escritório ou de casa e sair apenas de carro não é desculpa para o descuido. "Se há a possibilidade de receber qualquer porcentagem de luz solar, seja através de um vidro ou nos poucos minutos do horário de almoço, deve-se usar protetor", afirma.
A recomendação é de que ele seja passado 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas horas. O intervalo deve ser diminuído no caso de a pessoa realizar exercícios físicos ou entrar em contato com água.
FONTE YAHOO:
http://yahoo.minhavida.com.br/conteudo/13412-Especialistas-respondem-as-maiores-duvidas-sobre-o-protetor-solar.htm
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