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segunda-feira, 6 de abril de 2009

CICATRIZES HIPERTRÓFICAS CONSEQUENTES À CIRURGIA PLÁSTICA



Importante estudo desenvolvido pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery1-ISAPS, em trinta países comparou o número de procedimentos cirúrgicos plásticos realizados anualmente. No ano de 2001, esta entidade referiu que osEstados Unidos da América lideram com 21%, seguido pelo Brasil com 14% México com 8% do total de procedimentos cirúrgicos realizados mundialmente.

A lipoplastia aparece em primeiro lugar seguida pela mamoplastia de aumento e blefaroplastia. Este estudo revelou ainda um contraste entre homens e mulheres onde ocorreu maior incidência de intervenções cirúrgicas estéticas no sexo feminino.

A crescente demanda e o aparecimento de novas técnicas cirúrgicas têm gerado mudanças no ranking mundial. Podemos constatar tal fato, comparando os dados supracitados com os valores fornecidos pelo ISAPS em 2003. Esta pesquisa incluiu 46 países e apresentou significativa alteração no ranking mundial bem como no número de procedimentos realizados. Os Estados Unidos da América permaneceram na primeira posição, seguido agora pelo México e Brasil. Quanto aos tipos de cirurgias, ocorreu predomínio das blefaroplastias, seguida pela mamoplastia de aumento e lipoplastia. Com o estudo e a aplicação de novas técnicas cirúrgicas, surgiram novos adeptos e conseqüentemente mudanças no quadro estudado.

Parece que existem poucas evidencias que relacionam o número de cirurgias plásticas com a incidência do aparecimento de cicatrização hipertrófica. O interesse pela cicatrização das feridas remonta da antiguidade, havendo relato no mais antigo documento cirúrgico conhecido, o papiro de Edwin Smith.

A cicatrização das feridas é conceituada, como um conjunto de fases fisiológicas e bioquímicas que ocorrem no organismo, em resposta a uma agressão sofrida, finalizando com o reparo do tecido lesado. Como resultado de um processo cicatricial alterado pode-se encontrar alterações da pigmentação, cicatriz hipertrófica, latirismo e o quelóide.
Segundo Chem et al4 o desenvolvimento da cicatriz hipertrófica depende de uma resposta alterada da pele a um sofrimento tecidual. A formação destas cicatrizes é resultado de uma deposição excessiva de fibras de colágeno, onde o tecido em condição de hipóxia, selecionaria fibroblastos com maior capacidade de deposição de colágeno, aumentando as proporções da cicatriz.

Também existe a possibilidade de que a sua formação deva-se a diminuição da degradação de colágeno depositado na cicatriz ocorrida pela alteração na enzima de degradação do colágeno, a colagenase. A diminuição da ação dessa enzima provoca menor destruição do colágeno, aumentando sua concentração final. Algumas manifestações clínicas são importantes para o diagnóstico diferencial da cicatriz hipertrófica, destacando-se o seu surgimento logo apos a cirurgia, tendência de regredir com o tempo, extremidades limitadas, tamanho comensurável com o ferimento, ocorrência em áreas de tensão tecidual em regiões flexoras e boa resposta ao tratamento cirúrgico.
Cicatrizes hipertróficas tendem a ter sua superfície lisa, são elevadas, mas raramente ultrapassam 4 mm da pele, são avermelhadas, pruriginosas e dolorosas.
A prevalência de cicatrizes hipertróficas na população como um todo ainda é desconhecida. Apesar da indefinição quanto a sua ocorrência, certos fatores já foram relacionados com o seu surgimento, sendo que a tensão da pele é dada como fator crítico na sua formação, pois quando ocorre perda de tecido é gerada uma tensão crescente na tentativa de fechar a ferida. Embora possam ocorrer em qualquer parte do corpo6, cicatrizes que cruzam articulações ou pele enrugada em ângulos retos são especialmente prováveis de formar cicatrização hipertrófica, possivelmente pelas constantes forças de tensão que ocorrem.

Uma cicatriz hipertrófica tende a se desenvolver quando uma lesão se estende para a derme reticular ou mais profunda. Ela freqüentemente segue queimaduras de segundo ou terceiro graus ou ferimentos com atrasada epitelialização, especialmente em crianças.

Hereditariedade, raça, regiões anatômicas, técnica cirúrgica, infecção e manuseio pós-operatório inadequado têm sido implicados na gênese de cicatrizes hipertróficas, desta forma, fatores como pele negra, idade entre 10 e 30 anos e região deltoideana, esternal, lobo da orelha e face têm sido apontados como mais susceptíveis ao aparecimento destas cicatrizes. Alterações do sistema endócrino também têm sido implicadas na formação de cicatriz hipertrófica, porém os fatores predisponentes ainda permanecem incertos.
Sabemos que o fator mecânico da tensão na linha de sutura, o manuseio pré e pós-operatório, a qualidade do curativo e a prevenção de infecções são fatores que interferem diretamente na cicatrização. Desta forma, seria interessante e oportuno um estudo que contemplasse dados sobre a ocorrência de cicatrizes hipertróficas em decorrência de cirurgias plásticas estéticas realizadas no Brasil, pois, o relato desta temática poderia nortear ou co-substanciar futuras tomadas de decisão tanto para o fisioterapeuta especialista em dermato-funcional quanto para o médico no intuito de prevenir o surgimento desta complicação que a priore está diretamente relacionada com o sucesso da cirurgia ou direcionar um tratamento para minimizar tal alteração cicatricial.



Autores do Artigo: Ludmila Bonelli-Cruz, Edilcemara Oliveira Freitas, Liliani Gonçalves Basques, José Tadeu Madeira-Oliveira, Fábio dos Santos Borges.

Nome do Artigo: OCORRÊNCIA DE CICATRIZES HIPERTRÓFICAS CONSEQUENTES À CIRURGIAS PLÁSTICAS EM PACIENTES DA CIDADE DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL: ESTUDO PRELIMINAR.

Esta matéria contém apenas a introdução do artigo científico, para pedir o artigo na íntegra entre em contato por e-mail.


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